Órteses funcionais dão mais independência à paciente da fisioterapia

 

A equipe da fisioterapia da Unidade Básica de Saúde Paulo Luppin, do município de Balneário Arroio do Silva, tem comemorado os avanços e a determinação da paciente Maria do Rosário Passos da Silva. Aos 67 anos ela vem enfrentando e superando as limitações causadas pela osteoartrose. A paciente, há dez anos, utiliza cadeira de rodas para se locomover e há aproximadamente seis anos perdeu o movimento das mãos, o que a impossibilita de fazer várias tarefas e atividades consideradas básicas.

Para a doença não progredir e procurando melhorar a qualidade de vida, dona Maria do Rosário freqüenta a fisioterapia regularmente, o que contribui para o estímulo dos movimentos. A equipe da fisioterapia, coordenada pela profissional Aline Pereira, junto com uma turma de profissionais e acadêmicos do curso de fisioterapia da UFSC, dão todo suporte ao realizar os atendimentos.

Em um dos atendimentos freqüentes, surgiu a ideia de criar e confeccionar adaptações que contribuíssem para que dona Maria do Rosário tivesse independência ao realizar as atividades básicas. Entre uma conversa e outra, a filha da paciente, Ramone Alessandra Passos da Silva de Andrade, que a acompanha regularmente, juntou as sugestões e, com tecido impermeável, velcro e algumas habilidades na costura, criou as adaptações que são chamadas de órteses funcionais.

“A órtese foi uma indicação de uma professora da UFSC. Ela sugeriu que a gente fizesse alguma adaptação para a minha mãe ter mais mobilidade e poder comer sozinha. Uma das estagiárias, a Mônica, indicou que a gente fizesse com velcro. Fiz um projeto, a gente trouxe para elas verem e acabamos aperfeiçoando. Deu muito certo e hoje minha mãe é capaz de fazer atividades básicas sozinha”, contou, Ramone.

Com as adaptações, dona Maria do Rosário pode comer, escovar os dentes, escrever e até mesmo realizar os exercícios da fisioterapia com mais independência.

“As órteses ajudam muito esses tipos de pacientes, não somente idosos. No caso da dona Maria ela é uma paciente que tem bastante dificuldade na mobilidade, tem perda de força e da função das articulações nas duas mãos, então as órteses ajudam muito”, frisou a professora da UFSC, Ana Lúcia Danielewicz.

A simples criação tem resultados e efeitos além do esperado. Além da independência, dona Maria do Rosário se sente mais motivada para encarar as dificuldades de cada dia.  

“Depois da criação dessas órteses, tudo mudou. Mesmo eu não caminhando, pelo menos tenho a minha independência. Então eu agradeço demais a minha filha e toda a equipe da fisioterapia que são meus anjos da guarda”, declarou a paciente.

A equipe da fisioterapia da unidade básica de saúde comemora os avanços, o empenho e o desenvolvimento da paciente. “Dos atendimentos surgiu a ideia e a criação da órtese que tem contribuído e muito para a melhoria da saúde da dona Maria. É o Sistema Único de Saúde mostrando que pode também ser referência e prestar atendimento de qualidade. Para nós isso muito nos orgulha e nos incentiva a continuar oferecendo o serviço com qualidade e de maneira humana”, destacou a fisioterapeuta do município, Aline Pereira.

Ramone, quem criou e confeccionou as órteses, pretende passar a ideia adiante e ajudar outros pacientes que precisam das adaptações para ter uma vida melhor.