Vigilância Epidemiológica monitora aparecimento de caramujo africano

A Vigilância Epidemiológica detectou a presença do caramujo africano na área central do Balneário Arroio do Silva. A denúncia veio de um morador que disse ter encontrado alguns destes moluscos em sua horta. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Franciele Ramos enviou ao local um agente de endemias para constatar o fato, com a confirmação de que é o caramujo africano. A enfermeira  solicita as pessoas que encontrarem esse caramujo para que denunciem à Vigilância Epidemiológica. 

A “Achatina fulica” é um caracol, nativo do nordeste da África, e foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 80, como uma alternativa para a criação de “escargot”. É conhecido pelos seguintes nomes: acatina fúlica, caracol africano, caracol gigante, caracol gigante africano, caramujo gigante, caramujo gigante africano e rainha da África. A denominação “escargot” para a Achatina fulica é imprópria por razões técnicas e científicas e caracteriza fraude e má-fé no comércio. 

Medidas de Controle 

• Estes animais não possuem predadores no Brasil. O único método que vem mostrando resultados satisfatórios em longo prazo é a coleta e destruição dos animais, além da eliminação de lixo acumulado nas cidades evitando assim também a presença de ratos.

•Catação manual: A catação deve ser repetida com frequência, ao longo do ano, sem interrupção (dada a grande fecundidade da espécie e sua atividade no inverno em regiões úmidas) e deve incluir áreas urbanas, áreas agrícolas (especialmente hortas e roças), capoeiras, borda de matas e brejos. Os melhores horários para o procedimento de coleta são pela manhã ou no final da tarde. Em residências (jardins, hortas, pomares) ou bairros, os caracóis devem ser coletados manualmente, utilizando uma luva de borracha ou similar, ou mesmo uma pá seguindo as recomendações:

• Proteja a pele e as mucosas: não coma, fume ou beba durante o manuseio do caracol. Em caso de contato acidental, lave as mãos com água e sabão;

• Recolha também os ovos da Achatina fulica, que ficam semienterrados, e procedendo da mesma forma usada para os animais coletados.

• Recomendações para descartar os exemplares coletados: incineradas desde que haja condições adequadas para tal finalidade (incinerador, forno, etc.);

• Despejados em valas com pelo menos 80 cm de profundidade, longe de cisternas, poços artesianos ou de lençol freático. Coloque sempre que possível uma pá de cal virgem para impermeabilizar o solo e para não atrair outros animais, principalmente se uma grande quantidade for coletada (cuidado, a cal queima a pele), fechando a vala com terra;

• Retire as luvas e lave muito bem as mãos. A operação deve ser repetida sempre que novos caracóis forem localizados, sendo o controle periódico fundamental

• Organize coletas periódicas de lixo e entulhos dos quintais e terrenos baldios, durante todo o ano, procurando eliminar a presença de ratos, bem como locais de ocorrência de caracóis (pneus, latas, entulhos, plásticos, tijolos, telhas, madeiras, etc), tentando evitar também baratas, escorpiões, aranhas, moscas e mosquitos.

• Por medida de segurança lavar bem as frutas, hortaliças, verduras e legumes e fazer a desinfecção com hipoclorito de sódio (colocar em imersão uma colher de chá de água sanitária para um litro de água, de 15 a 30 minutos), antes de consumir esses alimentos. Após, lave bem os alimentos.

• Não jogar os caracóis vivos diretamente no lixo doméstico ou em qualquer outro local;

• Não utilizar os caracóis gigantes africanos como alimento ou isca para pescar;

• Não tentar criá-los, pois há legislação proibindo;

• Não usar veneno: de forma alguma devem ser utilizadas iscas específicas para caracóis (ex. moluciscidas) ou outros venenos pelo elevado risco de intoxicação de animais domésticos, crianças e adultos. Esses acidentes são fatais e esperados quando essas iscas são usadas, mesmo com todo controle. Além disso, outras espécies, como as aves podem ser atingidas.

• Não utilizar sal de cozinha (cloreto de sódio). O seu uso é desaconselhado, por ser ineficiente além de salinizar o solo.

Que doenças ele provoca?

• O caramujo gigante africano pode transmitir dois vermes: — Angiostrongylos cantonensis – causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso. — Angiostrongytus costaricensis – causador da angiostrongilíase abdominal doença grave que pode resultar em óbito por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal. Tem como sintomas dor abdominal febre prolongada, anorexia e vômitos.

• A identificação do verme é difícil, pois os ovos do verme não aparecem nas fezes dos doentes e o próprio verme é desconhecido da maioria dos médicos sanitaristas e protologistas.

• A simples manipulação dos caramujos vivos pode causar contaminação, pois os vermes podem ser encontrados na secreção dos caramujos.

• Ao se instalarem hortas e pomares, o caramujo pode contaminar verduras, frutas e disseminar doenças.

• Não abandone ao ar livre as conchas do caramujo gigante africano sem destruí-las, pois as mesmas servirão como criadouros naturais para o mosquito transmissor da dengue e da febre amarela.

Para mais informações entre em contato com a Vigilância Epidemiológica do Arroio do Silva pelo fone: 3526-0432.

Foto: Divulgação